terça-feira, 24 de setembro de 2013

Momentos de Graça    -     Catherine Doherty



Quando nosso coração se abre para o Evangelho, que somos chamados a pregar com as nossas vidas, cai uma sombra sobre nós: Alguém mais está caminhando ao nosso lado. 
A Fé traz Cristo para junto de nós

C.D.

domingo, 22 de setembro de 2013

Papa Francisco - Paróquia São Conrado - Mensagem de Isis Penido



O PAPA FRANCISCO RECEBEU NESTA SEXTA-FEIRA, NO VATICANO, OS
PARTICIPANTES DO X ENCONTRO DA FEDERAÇÃO INTERNACIONAL DAS
ASSOCIAÇÕES MÉDICAS CATÓLICAS.

MÉDICOS DE TODO O MUNDO DEBATEM, EM ROMA, O TEMA “CATOLICISMO E CUIDADOS MATERNOS”.

Em seu discurso, o Pontífice propõe três reflexões, sendo 

a primeira delas a “situação paradoxal” que se assiste 

hoje em relação à profissão médica. De um lado, os 


progressos da medicina e, de outro, o perigo de que o 


médico perca a sua identidade de servidor da vida.


“A situação paradoxal se constata no fato de que, 

enquanto se atribuem novos direitos à pessoa, nem 

sempre se tutela a vida como valor primário e direito 

primordial de todo homem. O fim último do agir médico 

permanece sempre a defesa e a promoção da vida.”

Neste contexto contraditório, a Igreja apela à consciência 

de todos os profissionais e voluntários da saúde, de modo 

especial aos ginecologistas, chamados a colaborar ao 

nascimento de novas vidas humanas.


Uma mentalidade difundida do útil, a “cultura 

do descartável”, que hoje escraviza o coração e a 

inteligência de muitas pessoas, tem um custo 

altíssimo: pede que se eliminem seres humanos, 

sobretudo se fisicamente ou socialmente mais fracos. 

A nossa resposta a esta mentalidade é um “sim” à 


vida, convicto e sem hesitações. 

As coisas têm preços e podem ser vendidas, mas as 

pessoas têm dignidade, valem mais do que as coisas 

não têm preço. Por isso, a atenção à vida humana 

na sua totalidade se tornou nos últimos tempos uma 

prioridade do Magistério da Igreja.


"NO SER HUMANO FRÁGIL, CADA UM DE NÓS É 

CONVIDADO A RECONHECER A FACE DO 

SENHOR, QUE NA SUA CARNE HUMANA 

EXPERIMENTOU A INDIFERENÇA E A SOLIDÃO 

ÀS QUAIS FREQUENTEMENTE CONDENAMOS 

OS MAIS POBRES, SEJA NOS PAÍSES EM 

DESENVOLVIMENTO, SEJA NAS SOCIEDADES 

OPULENTAS.

TODA CRIANÇA NÃO NASCIDA, MAS 

CONDENADA INJUSTAMENTE AO ABORTO, 

TEM A FACE DO SENHOR, QUE ANTES MESMO 

DE NASCER, E LOGO RECÉM-NASCIDA, 

EXPERIMENTOU A REJEIÇÃO DO MUNDO.


E CADA IDOSO, MESMO SE DOENTE OU NO 

FINAL DE SEUS DIAS, TRAZ CONSIGO 

A FACE DE CRISTO

O terceiro aspecto, disse o Papa, é um mandato.

"SEJAM TESTEMUNHAS E DIFUSORES DESTA 

'CULTURA DA VIDA"

Ser católico comporta uma maior responsabilidade, antes 

de tudo para consigo mesmo, pelo empenho de coerência 

com a vocação cristã, e depois para com a cultura 

contemporânea, para contribuir a reconhecer na vida 

humana a dimensão transcendente, o vestígio da obra 

criadora de Deus, desde o primeiro instante da sua 

concepção.

 Trata-se de um empenho de nova evangelização que 

requer, com frequência, ir contra a corrente, pagando 

pessoalmente. O Senhor conta com vocês para difundir o 

"evangelho da vida'".

Nesta perspectiva, afirmou ainda o Pontífice, os 

departamentos de ginecologia são locais privilegiados de 

testemunho e de evangelização.


“Queridos médicos, vocês que são chamados a se 

ocuparem da vida humana em sua fase inicial, lembrem a 

todos, com fatos e palavras, que esta é sempre, em todas 

as suas fases e em todas as idades, sagrada e sempre de 

qualidade. 

E não por um discurso de fé, mas de razão e de ciência! 

Não existe uma vida humana mais sagrada do que outra, 

assim como não existe uma vida humana 

qualitativamente mais significativa de outra. 

A credibilidade de um sistema de saúde não se mede 

somente pela eficiência, mas sobretudo pela atenção e 

pelo amor dispensados às pessoas, cuja vida é sempre 

sagrada e inviolável”.

"JAMAIS DEIXEM DE 

PEDIR AO SENHOR E À 

VIRGEM MARIA A 

FORÇA DE 

REALIZAR BEM O SEU 

TRABALHO E 

TESTEMUNHAR COM 

CORAGEM O 'EVANGELHO DA VIDA'"

quarta-feira, 18 de setembro de 2013

         Padre Pio - (mensagem de Clara Magalhães)



"Ore, espere e não se preocupe. 

A preocupação é inútilDeus é misericordioso e 

ouvirá sua prece..." 


oração é a melhor arma que temos, é a chave 

para o coração de Deus. 

Você deve falar com Jesus, não só com os lábios, 

mas com seu coração. 

De fato, em certas ocasiões você deve falar com Ele 

só com o coração..."


(São Pe Pio de Pietrelcina)


C.M.

A VIDA - Madre Tereza de Calcutá - (Mensagem da Gloria S. Ribeiro)

A vida

A vida é uma oportunidade, aproveita-a.
A vida é beleza, admira-a.
A vida é beatificação, saborei-a.
A vida é sonho, torna-o realidade.
A vida é um desafio, enfrenta-o.
A vida é um dever, cumpre-o.
A vida é um jogo, joga-o.
A vida é preciosa, cuida-a.
A vida é riqueza, conserva-a.
A vida é amor, goza-a.
A vida é um mistério, desvela-o.
A vida é promessa, cumpre-a.
A vida é tristeza, supera-a.
A vida é um hino, canta-o.
A vida é um combate, aceita-o.
A vida é tragédia, domina-a.
A vida é aventura, afronta-a.
A vida é felicidade, merece-a.
A vida é a VIDA, defende-a.

Madre Tereza de Calcutá
Vamos viver intensamente cada segundo sempre com a proteção de Jesus e Maria nossa mãe! Boa semana a todos meus queridos!!!!Gloria
Acho essa oração muito completa, fortifica os  corações fragilizados  enriquecendo a nossa alma..
RAQUEL SENA



Cura-me, Senhor Jesus.
"Jesus, coloca Tuas Mãos benditas ensanguentadas, chagadas e abertas sobre mim neste momento.
Sinto-me completamente sem forças para prosseguir carregando as minhas cruzes.
Preciso que a força e o poder de Tuas Mãos, que suportaram a mais profunda dor ao serem pregadas na Cruz reergam-me e curem-me agora.
Jesus, não peço somente por mim, mas também por todos aqueles que mais amo. Nós precisamos desesperadamente de cura física e espiritual através do toque consolador de Tuas Mãos ensanguentadas e infinitamente poderosas.
Eu reconheço, apesar de toda a minha limitação e da infinidade dos meus pecados, que és Deus, Onipotente e Misericordioso para agir e realizar o impossível.
Com fé e total confiança posso dizer: "Mãos ensanguentadas de Jesus, Mãos feridas lá na Cruz! Vêm tocar em mim. Vem, Senhor Jesus!"

segunda-feira, 16 de setembro de 2013

                     HOMILIA DO PADRE LUIS - ( PUC )  
                      
                    Enviada por Gloria Severiano Ribeiro

           LUMEN FIDEI - SOBRE A FÉ -  PARAGRAFO 57 - PAPA FRANCISCO



Uma força consoladora no sofrimento

A luz da fé não nos faz esquecer os sofrimentos do mundo. Os que sofrem foram mediadores de luz para tantos homens e mulheres de fé; tal foi o leproso para São Francisco de Assis, ou os pobres para a Beata Teresa de Calcutá. Compreenderam o mistério que há neles; aproximando-se deles, certamente não cancelaram todos os seus sofrimentos, nem puderam explicar todo o mal. 

A fé não é luz que dissipa todas as nossas trevas, mas lâmpada que guia os nossos passos na noite, e isto basta para o caminho.

Ao homem que sofre, Deus não dá um raciocínio que explique tudo, mas oferece a sua resposta sob a forma duma presença que o acompanha, duma história de bem que se une a cada história de sofrimento para nela abrir uma brecha de luz. Em Cristo, o próprio Deus quis partilhar connosco esta estrada e oferecer-nos o seu olhar para nela vermos a luz. Cristo é aquele que, tendo suportado a dor, Se tornou « autor e consumador da fé » (Heb 12, 2).

G.S.R.

domingo, 15 de setembro de 2013

Igreja legitima a Teologia da Libertaçaõ - (Tania Chies)




A última reviravolta de Francisco: a Igreja legitima a Teologia da Libertação

Irrompe a paz entre o Vaticano e a Teologia da Libertação. Depois das condenações dos anos 1980, dos excessos e das incompreensões, a Teologia da Libertação obtém plena cidadania na Igreja. A "desobstrução" se insere no novo clima trazido pela eleição do primeiro papa latino-americano e pela retomada do processo de beatificação do bispo mártir Oscar Romero.
A reportagem é de Andrea Tornielli, publicada no jornal La Stampa, 04-09-2013. A tradução é de Moisés Sbardelotto.

A última prova disso é o amplo espaço que o L'Osservatore Romano dá nessa quarta-feira aos escritos do teólogo peruano padre Gustavo Gutiérrez, o dominicano considerado fundador da Teologia da Libertação.
Na realidade, o processo já nasce no último tempo do pontificado de Bento XVI: de fato, foi Ratzinger que quis como seu segundo sucessor à frente da Congregação para a Doutrina da Fé, o ex-Santo Ofício, o arcebispo alemão Gerhard Ludwig Müller. Um prelado bem conhecido dele, que por muitos anos passou as férias indo trabalhar com os "campesinos" latino-americanos e manteve um diálogo aprofundado com o mais importante e renomado teólogo da libertação, Gutiérrez.

Em 2004, ambos assinaram um livro publicado na Alemanha. Mas, à época, Müller era apenas um bispo alemão, e não o "guardião" da ortodoxia católica. O fato de que esse livro seja agora publicado na Itália (Dalla parte dei poveri. Teologia della liberazione, teologia della chiesa, coedição Edizioni Messaggero Padova – Editrice Missionaria Italiana, 192 páginas, a partir do dia 9 de setembro nas livrarias) e seja apresentado no próximo domingo pelos dois autores no Festivaletteratura de Mântua, significa que o prefeito Müller, hoje à frente daquela Congregação que condenou nos anos 1980 alguns excessos da Teologia da Libertação, considera essas suas contribuições ainda plenamente válidas e atuais.

Não se trata apenas de um acidente de percurso, mas sim de uma saída pensada e sopesada, destinada a encerrar, ao menos nas intenções, o capítulo das guerras teológicas do passado. As obras de Gutiérrez, com Ratzinger como prefeito do ex-Santo Ofício, foram submetidas a exames por um longo tempo, sem nunca terem sido censuradas ou condenadas.
Na realidade, a Santa Sé condenou apenas a Teologia da Libertação que usa a análise marxista, e não toda a Teologia da Libertação. E, em um dos artigos publicados no livro, Müller, justamente, descreve os fatores políticos e geopolíticos que acabaram condicionando, ao longo dos anos, algumas acusações contra a Teologia da Libertação, em uma época em que certo capitalismo se sentia "definitivamente vitorioso".

Sem falar do documento secreto, igualmente citado pelo sucessor de Ratzinger no livro e preparado para o presidente Ronald Reagan pelo "Comitê de Santa Fé" em 1980, isto é, quatro anos antes da primeira instrução vaticana sobre a Teologia da Libertação. Nele, pedia-se ao governo norte-americano que agisse de maneira agressiva contra a Teologia da Libertação, culpada de ter transformado a Igreja Católica em "arma política contra a propriedade privada e o sistema de produção capitalista".

Com o papa que veio "do fim do mundo", que nunca foi indulgente com as ideologias, nem com a abordagem intelectual de certa teologia pró-marxista, mas que, como arcebispo, estava acostumado a visitar sozinho, sem escolta, as favelas de Buenos Aires e agora fala de uma "Igreja pobre e para os pobres", se realiza a reconciliação entre o Vaticano e a Teologia da LibertaçãoE isso com o prefeito do ex-Santo Ofício que, em um livro, coloca a sua assinatura ao lado da do padre Gutiérrez.  Para deixar claro a todos que, na Igreja, falar dos pobres não significa fazer pauperismo, e que denunciar a injustiça sofrida pelos fracos não significa ser marxista, mas apenas e simplesmente cristãos.

sábado, 14 de setembro de 2013

                          MADRE TERESA  -  LUIZA VILLELA




                  "O amor começa com a dedicação
                    àqueles que temos a nosso lado:
                    as pessoas da nossa própria família"

                                  Madre Teresa

sexta-feira, 13 de setembro de 2013

MOMENTOS DE GRAÇA - CATHERINE DOHERTY - (LAURA PENIDO)


Restaurar coisas quebradas, reciclar coisas que os outros jogam fora, é um outro caminho de corresponder ao mandamento do Senhor:" Junte os fragmentos antes que se percam". Então, juntamos os fragmentos, quaisquer que sejam e onde quer que apareçam diante de nós. Aprende-se muito restaurando e reciclando coisas. Você pode dizer: "A sobra de uns é ouro para outros" .


L.P.

domingo, 8 de setembro de 2013

ÁGUA BENTA - ( RAQUEL SENA )


Por que há água benta na entrada da Igreja?

 "A purificação com água benta acompanhada de devoção produz três efeitos: atrai a graça divina, purifica a alma e afasta o demônio. Esse gesto de purificar-se com água benta atrai para nós graças divinas pela oração da Igreja. A Igreja orou sobre essa água com o poder da Cruz de Cristo. O poder sacerdotal deixou uma influência sobre essa água.

No Sacramento da Ordem:
 "Jesus disse: “Bem-aventurado és, Simão, filho de Jonas, porque não foi a carne e nem o sangue que te revelou isto, mas Meu Pai que está nos céus”. E Eu te declaro: tu és Pedro e sobre esta pedra edificarei a Minha Igreja; as portas do inferno não prevalecerão contra ela. Eu te darei as chaves do Reino dos Céus: Tudo o que tu ligares na terra será ligado nos céus, e tudo o que tu desligares na terra, será desligado nos céus”. (São Mateus 16,15-19).

Ao mesmo tempo, ela purifica parte de nossos pecados, tanto veniais como o reato que fica em nossa alma. O terceiro poder da água benta é afastar o demônio. O demônio pode entrar perfeitamente numa igreja, seus muros não o retêm, o solo sagrado não o refreia. No entanto, a água benta é o que o afasta.
As pessoas costumam se queixar de que se distraem muito na Igreja; o demônio tem grande interesse em nos distrair justamente quando estamos em contato com as realidades sagradas. Por isso é tão útil a água benta da entrada. Ainda usando a água benta podemos nos distrair, mas teremos a segurança de que isso procede de nós e não do demônio. Ainda que, com os olhos do corpo, não possamos ver a cruz que a água benta forma em nosso corpo ao nos purificarmos, o demônio, sim, pode vê-la. Para ele, essa cruz é de fogo, é como um coração que não pode traspassar. Insisto que se purificar com água benta ao entrar na Igreja não é um mero símbolo, essa água tem um poder, um poder que Cristo conquistou com Seus sofrimentos na Cruz e que o Seu sacerdote administra com toda facilidade." 

quinta-feira, 5 de setembro de 2013

                       O QUE É A MISSA - REFLEXÃO DE CARMITA OVERBECK  - 
                                      (ENVIADA POR ADRIANA BARRETO)





"A MISSA NÃO É UMA OBRIGAÇÃO. É UM TEMPO QUE NOS É DADO,PARA QUE NA TERRA, NOS SINTAMOS NO CÉU"




          O Hedonismo paralisa o amor- ( Isis Penido )

Uma paralisia: o hedonismo

A bússola do coração
Se você pudesse olhar a “bússola íntima” de muitos homens e mulheres, veria que um grande número de corações tem a agulha magnética apontada para uma estrela de cinco pontas: meu prazer− meus gostos− meu interesse –minhas vantagens−meu direito de ser feliz.
Outros, poucos − tomara que aumentem e você seja um deles! –, apontam para um Norte melhor, para outra estrela que tem cinco pontas radiantes: ideal−doação−serviço−meu dever−meu amor.
A primeira estrela nasce dos porões mais profundos do egoísmo. A segunda surge do abismo de Amor de Deus, anunciando um alvorecer de vida.
Você sabe o que é o hedonismo? Vale a pena lembrar: «Doutrina que considera que o prazer individual e imediato é o único bem possível, princípio e fim da vida moral».
Em coerência com isso, é característico do hedonismo considerar o sofrimento individual como o “único mal”; e igualmente como um absurdo o sacrifício voluntário, se não é meio para conseguir maiores “prazeres individuais”. Acontece, porém, que eliminando o sacrifício, as virtudes desaparecem ou ficam paralisadas. «Nenhum ideal – dizia São Josemaria – se torna realidade sem sacrifício» (Caminho, n. 175).
Como talvez lembre, no primeiro capítulo comentávamos a parábola de Cristo que fala do papel ridículo de um homem que principiou a edificar e não pôde terminar (Lc 14,28-30). É muito interessante constatar que Jesus usou essa imagem para ilustrar a seguinte sentença: Aquele que não carrega a sua cruz e me segue, não pode ser o meu discípulo (Lc 14,27).
Realização e cruz
Quem conhece um mínimo de História, sabe que, durante milênios, tanto os espíritos pagãos mais elevados como os cristãos – no Ocidente e no Oriente – chegaram à certeza de que a autêntica realização humana só podia encontrar-se nasvirtudes, e no bem (nos valores) para o qual todas elas apontam.
Os homens e as mulheres, sem dúvida, falhavam, não eram santos; muita vez eram mesquinhos; mas nunca os pais e mestres pensavam nem ensinavam que o únicomal da vida fosse o sofrimento ou o sacrifício. Via-se como coisa evidente que o mal consistia na falta de valores (de referências nítidas sobre o bem e o mal) e de virtudes. Por isso, as virtudes eram ensinadas, em todas as idades, como um esforço moral necessário para alcançar o bem e vencer o mal.

Todos os heróis admirados e propostos como modelo eram homens e mulheres capazes de grandes sacrifícios, de renúncias generosas, de sofrimentos heroicos por uma causa, que consistia sempre num bem, nunca num prazer puro e simples. Era um ideal em que o bem e a beleza se identificavam. Este foi o denominador comum dos grandes personagens bíblicos, dos heróis pagãos e dos santos cristãos.

Até há pouco mais de meio século, o sinal da grandeza de uma pessoa era a qualidade excepcional das suas  virtudes. Neste sentido, a Igreja Católica, ao estudar a possível canonização de algum fiel falecido com fama de santidade, analisa primeiro se praticou “virtudes heroicas”.

Se, ao longo dos séculos, a virtude não só admitia como exigia o sofrimento corajoso e o sacrifício desinteressado, agora, esse quadro parece estar sendo pichado, retalhado, substituído pela liberdade do prazer sem entraves. Quem se atreve a opinar o contrário é tachado de “moralista”, medieval e truculento.

Esses “pichadores” não se dão conta de que a única liberdade que merece esse nome é aquela que filósofos cristãos chamam “liberdade de qualidade”, ou seja, a liberdade de escolher voluntariamente o que é bom, o que é melhor, o que é  virtude. E que, pelo contrário, a liberdade que eles defendem é a “liberdade de indiferença”, que é a liberdade de “tanto faz”, e consiste em optar em cada momento pelo que dá na cabeça, em escolher o que agrada e rejeitar o que incomoda. Tudo fica, assim, sob as rédeas do capricho e do prazer imediato.

O hedonismo paralisa o amor de Deus

O hedonismo, como o orgulho, infiltra-se em tudo, infecciona o sangue da alma. É uma esclerose progressiva, generalizada. Afeta gravemente as relações com Deus e as relações com o próximo. Vamos ver, com apenas algumas pinceladas, esse efeito paralisante.

Em primeiro lugar, as relações com Deus.
– Com a mística do prazer, Deus é jogado fora como um obstáculo que atrapalha, com seus mandamentos, a liberdade de viver conforme as próprias vontades. “Deus exige”? “Então não serve!”. “Eu é que devo exigir de Deus que Ele me sirva, que me ajude a não sofrer, a me sentir bem, a ganhar dinheiro, e, se for do meu interesse, a ficar com a mulher do próximo.”
– A religião é vista pelo hedonista como um produto de supermercado ou de shopping. O mercado das religiões, hoje, está bem abastecido. As gôndolas estão cheias, para cada qual escolher a sua religião “à la carte”. Para muitos, a Verdade não interessa; não interessa nem a Palavra nem a Vontade de Deus. Interessa só um tipo de religião que aprove todos os meus caprichos, pecados e erros; que me faça cafuné na cabeça e me tranquilize, oferecendo-me cultos, pregações, cânticos e orações com efeitos semelhantes aos da sauna, da ioga ou da dança do ventre.
Uma religião, em suma, sem outro amor que o “amor a mim mesmo”, amenizado por umas pinceladas de caridade “gostosa” e uma pitada de alguns dias voluntariado para tranquilizar a consciência.
É evidente que esse tipo de religiosidade é paralisante, e não levará nunca à realização no amor, à plenitude da vida. Nunca levará ao Deus vivo.
O hedonismo paralisa o amor ao próximo

Lembro-me de umas palavras expressivas da Carta às famílias de João Paulo II, em que falava de: «uma civilização das “coisas” e não das “pessoas”; uma civilização em que as pessoas se usam como se usam as coisas… A mulher pode tornar-se para o homem um objeto, os filhos um obstáculo para os pais, a família uma instituição embaraçosa para a liberdade dos membros que a compõem».
A mentalidade hedonista de um casal, por exemplo, nota-se na decisão relativa a ter ou não ter filhos, a ter mais ou menos filhos. É um assunto complexo, que exige ponderar diversos fatores objetivos (saúde, p.e.). Mas, em oitenta por cento dos casos, o fator decisivo é o hedonismo: o comodismo, a aversão ao sacrifício, o desejo de não ter trabalho, de gozar de mais liberdade para fazer o que se quer. Onde estão aí as virtudes da família e do lar?
A mentalidade hedonista é – como diria o Papa Francisco – uma “mentalidade de descarte”. Em nome do prazer e do direito de ser feliz, o marido descarta a mulher, a esposa descarta o marido, ambos descartam os filhos, que sempre sofrem as consequências da separação. “Foi inevitável”, dizem, “será melhor para eles”. Será? Fora casos patológicos, teria sido muito melhor para os filhos conviver com as virtudes que os pais deveriam ter vivido, mas não quiseram viver (porque exigiam renúncia e sacrifício!).
De fato, se quisermos conhecer os motivos da maioria dos divórcios, o casal e o advogado nos darão uma lista. Mas a verdadeira “lista”, aos olhos de Deus são as virtudes que faltaram e levaram aquela família a cair pulverizada, como um edifício sem estacas nem pilares: o sentido de vocação e missão, a entrega generosa ao ideal familiar, a abnegação, a compreensão, a dedicação prestativa e alegre, a paciência, o espírito de serviço, o espírito de perdão, e tantas outras mais.
Coisas análogas se poderiam dizer do egoísmo no relacionamento com os parentes, colegas e amigos, pois também é o hedonismo o que determina, com muita frequência, a exclusão dos idosos e dos doentes (que o Papa Francisco não de cansa de denunciar); a abdicação de responsabilidades na educação dos filhos (já estão numa boa escola); o relaxamento e a trapaça nos compromissos e obrigações profissionais e sociais, a corrupção na vida pública, etc.
O hedonismo paralisa o amor a nós mesmos
Finalmente, umas poucas palavras para que não esqueçamos que o hedonismo destrói, em primeiro lugar, a vida de quem o adota como bússola para a vida.
De fato, o hedonismo avilta o sexo, rebaixando-o ao nível do consumo material. A parceira ou o parceiro – mesmo quando se trata de marido e mulher – desce ao nível da lata de cerveja que, uma vez consumida, se joga fora.
Assim, a sensualidade egoísta torna-se vício tirânico, obsessão, compulsão. O viciado em “liberdade sexual” (em libertinagem) torna-se um pobre escravo da pornografia, da Internet, das redes sociais, da tv noturna, dos desvios da sensualidade. Diz: “Faço o que quero”, mas deveria dizer: “Faço o que não consigo mais deixar de fazer”. Atolou, sem forças para sair, num brejo de que só Deus o pode tirar.
A mesma coisa acontece com a liberdade, tão “atual” (festinha, balada…), de consumir álcool desde a pre-adolescência; de experimentar drogas brandas; de passar logo depois para a experiência de drogas mais fortes, até cair numa escravidão progressiva, que pode não ter retorno. Você acha que esses pobres viciados, verdadeiros farrapos humanos, são um monumento à liberdade que tanto os motivou?
Sobre o pano de fundo dessas desgraças, entende-se melhor a tremenda importância desta afirmação: «Onde não há mortificação, não há virtude» (Caminho, n.180). Trataremos disso mais adiante.
Antes de sair dos porões, gostaria de terminar este capítulo com um apelo vibrante: « Não gostaríeis de gritar à juventude que fervilha à vossa volta: – Loucos!, largai essas coisas mundanas que amesquinham o coração… e muitas vezes o aviltam…, largai isso e vinde conosco atrás do Amor?» (Caminho, n. 790).
Medite nisso.