sexta-feira, 30 de março de 2012

Pedro Siqueira


Uma das coisas belas do nosso terço no RJ, e' a imagem da Virgem Imaculada no altar da igreja. Ela resplandece uma aura dourada e verde, visível aos olhos de muitos. Na ultima 3a feira, o dourado foi captado pelo telão, do lado de fora da igreja, me deixando muito feliz. Ela e' uma imagem poderosa, que acabou com uma peste no rio de janeiro, no século XIX. Além disso, a igreja onde rezamos foi totalmente queimada por um incêndio no séc xx, mas a imagem escapou intacta! Somos privilegiados em poder rezar ali!



quinta-feira, 29 de março de 2012




Quando estiver em dificuldade e pensar em desistir, lembre-se dos obstáculos que já superou.
OLHE PARA TRÁS.


Se tropeçar e cair, levante, não fique prostrado, esqueça o passado.
OLHE PARA FRENTE.


Ao sentir-se orgulhoso, por alguma realização pessoal, sonde suas motivações.
OLHE PARA DENTRO.


Antes que o egoísmo o domine, enquanto seu coração é sensível, socorra aos que o cercam.
OLHE PARA OS LADOS.


Na escalada rumo às altas posições no afã de concretizar seus sonhos, observe se não está pisando em alguém.
OLHE PARA BAIXO.


Em todos os momentos da vida, seja qual for sua atividade, busque a aprovação de Deus!
OLHE PARA CIMA.

PEDRO SIQUEIRA - PADRE PIO



  1. O Santo Padre Pio tem algumas histórias interessantes sobre o terço. 

    Certa vez, ele estava no pátio do convento onde vivia, rezando o terço. Um grupo de jovens frades se aproximou para rezar com ele. No final, um dos jovens perguntou ao Padre Pio: "É verdade que, quando o senhor reza o terço, Nossa Senhora lhe aparece?". O Santo, com seu temperamento rude, ficou indignado e respondeu: "Ela esteve aqui, conosco, esse tempo todo em que nós rezamos juntos o terço, e nenhum de vocês viu?"

    Padre Pio sabia de uma verdade: sempre que qualquer pessoa reza o terço com o coração, Nossa Senhora se faz presente!

quarta-feira, 28 de março de 2012

Mensagem de ISIS PENIDO


" As vezes quando tudo dá errado acontecem coisas tão maravilhosas que jamais teriam acontecido se tudo tivesse dado certo " 






"Entra na minha casa... 
Entra na minha vida... 
Mexe com minha estrutura... 
Sara todas as feridas... 
Me ensina a ter santidade... 
Quero amar somente a Ti!
Por que o Senhor é o meu Bem maior... 
Faz um milagre em mim!" 

terça-feira, 27 de março de 2012

RAY CONNIFF  / NOSSA SENHORA -   ENVIADO POR RAQUEL SENA


O AMBIENTE FAMILIAR -

Enviando por : VALERIA ARRIGONI  E  MARIA BEATRIZ MUSSNICH 




Todos nós, ao pensarmos sobre esse tema, sonhamos com a família ideal. Uma família em que todos se queiram muito bem, a convivência seja extraordinária, a união entre todos seja incrível e na qual haja certa rivalidade para ver quem consegue fazer o outro mais feliz.


Infelizmente, não é isso que se vê em muitas famílias. O que se vê são:
- discussões frequentes;
- casais que vivem em desarmonia;
- irmãos que mal conversam entre si;
- pessoas que moram debaixo do mesmo teto, mas com muito mais distanciamento do que amor umas pelas outras, como quem vive num hotel;  e assim por diante.


É uma pena quando uma família está nesta situação, pois a família nos planos de Deus é o ambiente em que deve reinar e se desenvolver o amor. Isso mesmo: é o ambiente pensado por Deus para reinar o amor, para que o amor amadureça e se torne cada vez mais profundo, mais perfeito, até chegar a ser muito parecido com o amor de Deus.


Paremos para pensar: como está a minha família? Sinto uma alegria imensa quando é hora de voltar para casa? O ambiente na minha casa é sereno, acolhedor? O amor de uns pelos outros se nota no dia a dia? Há harmonia? O convívio é alegre, divertido?


Gostaria de sugerir alguns pontos para que o ambiente vá se tornando cada vez melhor:


a) pedir ajuda a Deus
Esse é o primeiro ponto. Sem a ajuda de Deus, fica bastante difícil superar algumas dificuldades no ambiente familiar.


Deus quer reinar em todas as famílias! Abramos a porta a Ele e tudo se tornará mais fácil!


b) não perder a admiração por cada um dos membros da família
Como vocês já devem ter percebido, é muito mais fácil admirar uma pessoa de fora da família do que da própria família. Isso é assim porque nós vemos claramente os defeitos daqueles que são da nossa família, e por vezes a sua repetição. A consequência imediata é perder a admiração por eles.


E aqui entra um desafio fundamental: o amor verdadeiro é aquele que se trava com uma pessoa real, verdadeira, isto é, com uma pessoa que tem qualidades e defeitos. A admiração por uma pessoa de fora da família é irreal, idealizada, pois admiramos uma pessoa que conhecemos pouco, e cujos defeitos pouco vemos, pois ela não vive conosco.


O desafio fundamental para todos nós é amar as pessoas com qualidades, mas também com defeitos. O desafio fundamental para que o ambiente familiar seja extraordinário é não perder a admiração pelas pessoas da nossa família. A perda da admiração pelos familiares é o que destrói o ambiente familiar!


Como não perder a admiração pelos nossos familiares? Deixando de olhar tanto para os defeitos e olhando mais para as qualidades. Costumo dizer que todos nós temos oitenta por cento de qualidades e vinte por cento de defeitos. Se quiser ficar olhando para esses vinte por cento ruins das pessoas, posso fazê-lo, no entanto, vou achar que essa é a realidade, o que não é verdade! Todas as pessoas têm muitas coisas boas. Mais ainda: muito mais coisas boas do que ruins.


Eis um grande desafio: não perder a admiração por nenhum familiar! E mais: resgatar a admiração por cada uma das pessoas da minha família! Comecemos por esses dois pontos e o ambiente se tornará mais leve. Começaremos a respirar ar puro: o ar do amor a Deus.


Na próxima mensagem falarei de outros pontos importantes para o ambiente familiar.


Uma santa semana a todos!


Pe. Paulo M. Ramalho


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Pe. Paulo M. Ramalho - Sacerdote ordenado em 1993. Engenheiro Civil formado pela Escola Politécnica da USP; doutor em Filosofia pela Pontificia Università della Santa Croce; Capelão do IICS (Instituto Internacional de Ciências Sociais). Atende direção espiritual na Igreja de São Gabriel, em São Paulo.
 Enviado por Denise Mourão


"PAI COMEÇA O COMEÇO!"

Quando eu era criança e pegava uma tangerina para descascar, corria para meu pai e pedia: - "Pai, começa o começo!".


 O que eu queria era que ele fizesse o primeiro rasgo na casca, o mais difícil e resistente para as minhas pequenas mãos.


 Depois, sorridente, ele sempre acabava descascando toda a fruta para mim.Mas, outras vezes, eu mesmo tirava o restante da casca a partir daquele primeiro rasgo providencial que ele havia feito.


 Meu pai faleceu há muito tempo (e há anos, muitos, aliás) não sou mais criança. Mesmo assim, sinto grande desejo de tê-lo ainda ao meu lado para, pelo menos, "começar o começo" de tantas cascas duras que encontro pelo caminho.


Hoje, minhas "tangerinas" são outras. Preciso "descascar" as dificuldades da falta de trabalho, os obstáculos dos relacionamentos com amigos, os problemas no núcleo familiar, o esforço diário que foi tentar manter um casamento, os retoques e pinceladas de sabedoria na imensa arte de viabilizar filhos realizados e felizes, ou então, o enfrentamento sempre tão difícil de doenças, perdas,traumas,separações, mortes, dificuldades financeiras e, até mesmo, as dúvidas e conflitos que nos afligem diante de decisões e desafios.


 Em certas ocasiões, minhas tangerinas transformam-se em enormes abacaxis......


 Lembro-me, então, que a segurança de ser atendido pelo papai quando lhe pedia para "começar o começo" era o que me dava a certeza que conseguiria chegar até ao último pedacinho da casca e saborear a fruta.


 O carinho e a atenção que eu recebia do meu pai me levaram a pedir ajuda a Deus, meu Pai do Céu, que nunca morre e sempre está ao meu lado.


Meu pai terreno me ensinou que Deus, o Pai do Céu, é eterno e que Seu amor é a garantia das nossas vitórias.


Quando a vida parecer muito grossa e difícil, como a casca de uma tangerina para as mãos frágeis de uma criança, lembre-se de pedir a Deus:


 "Pai, começa o começo!". Ele não só "começará o começo", mas resolverá toda a situação para você.


 Sei que tipo de dificuldade eu estou passando, mas não sei o que você está enfrentando ou o que encontraremos pela frente.


Sei apenas que vou me garantir no Amor Eterno de Deus para pedir, sempre que for preciso: "Pai, começa o começo!".



Oração da Serenidade

Oração da Serenidade

“Concedei-me, Senhor, a serenidade necessária 

para aceitar as coisas que não posso modificar, 

coragem para modificar aquelas que posso e 

sabedoria para distinguir umas das outras”.


Reinhold Niebuhr 

domingo, 25 de março de 2012



Às vezes o homem ama mais as trevas do que a luz, diz Papa


Jesus é médico para nós, Ele “vem para curar o doente” e o pecado. Mas, salientou o Santo Padre, “grande também é a nossa responsabilidade” pois, “cada um, de fato, deve reconhecer que está doente para poder ser curado; cada um de nós deve confessar o próprio pecado, para que o perdão de Deus, já concedido na Cruz, possa ter efetivado no seu coração e na sua vida”.
“Às vezes, afirmou Bento XVI – o homem ama mais as trevas do que a luz, porque é apegado a seus pecados. Mas é somente abrindo-se à luz, é somente confessando sinceramente as próprias culpas a Deus, que se encontra a verdadeira paz e a verdadeira alegria”.
Para concluir, o Santo Padre ainda reafirmou para os milhares de fiéis a importância de “recorrer com regularidade ao Sacramento da Penitência, em particular na Quaresma, para receber o perdão do Senhor e intensificar o nosso caminho de conversão”.

  1. MARIA PIA TRUSSARDI


    "QUEM PRATICA O MAL ODEIA A LUZ
    E NAO SE APROXIMA DA LUZ,
    PARA QUE SUAS ACOES NAO SEJAM DENUNCIADAS.''
    JO.3,20
    AS CRIANCAS TEM MEDO DO ESCURO,
    OS ADULTOS DO CLARO...

segunda-feira, 19 de março de 2012

CRISTO REDENTOR DE BRAÇOS FECHADOS - MARILIA CAMARGO






Em homenagem a cidade maravilhosa. Belíssimo efeito.


RIO - O Cristo Redentor "fechou" os braços, num abraço simbólico ao Rio de Janeiro, na noite da última terça-feira.


O efeito - uma ilusão de ótica provocada por projeção de luzes e imagens - faz parte da campanha "Carinho de Verdade", de combate à violência e exploração sexual de crianças.


Para simular o abraço, o cineasta Fernando Salis usou oito projetores, que cobriram a estátua com imagens do Rio, como sobrevôos de asa-delta, as florestas e até mesmo o trânsito.


Ao som de Bachianas Brasileiras n.º 7, de Villa Lobos, e com animação em 3D, a estátua parece fechar os braços.

MARIA PIA TRUSSARDI




  1. A ALEGRIA DE FAZER O BEM É UMA FELICIDADE VERDADEIRA!
    É TAO BOM, QUE VC NUNCA MAIS CONSEGUE PARAR...
 MARICY  TRUSSARDI



    Vamos  dar o  Arco Iris  do amor para quem não vê o Arco Iris em cor! 


M.T.                                               

MENSAGEM  de  RAQUEL SENA
Gloria e Monica,
Achei linda essa homenagem simples e singela  que Padre Jonas fez  para nós mulheres.
Essa foto de Nossa Senhora,nos mostra o nosso primeiro papel na história  de Jesus. Confesso  que fiquei com meu ego massageado.
Nunca paramos para refletir sobre a nossa atuação .
A importância que Deus nos deu, em começar sua historia aqui na terra
com  MARIA ,cheia de graça e pureza.
Que sejamos sempre um instrumento  de vossa Paz e de União  de nossas famílias.
E que possamos sempre dizer :


 "EIS AQUI  A SERVA DO SENHOR;  CUMPRA-SE EM MIM SEGUNDO A TUA PALAVRA ". ( Lucas 1 : 38 )
Amém.


Deus abençoe,
Raquel  Sena.


Deus quis precisar das mulheres

Um dos maiores dons que Deus concedeu à humanidade foi a capacidade da geração da vida humana. Deus nos fez participantes diretos no lindo processo de trazer ao mundo uma pessoa. E para que essa graça acontecesse, o Senhor mesmo quis precisar da mulher como uma integrante essencial desse processo vital do ser humano.

Desde a criação do mundo, as mulheres fazem parte desse processo de geração dos homens e mulheres que o próprio Deus Pai escolheu que viessem a nascer. Assim são inúmeros os argumentos que podemos apresentar para validar a importância delas. Aqui me ative ao valor da geração da vida, mas poderia construir uma lista gigantesca de dons manifestados ao mundo por meio das mulheres. Ainda destaco que essa fecundidade da mulher não se restringe ao útero, pois são inúmeros os filhos gerados também no coração.

Elas são parte integrante do projeto de salvação do Senhor. Assim precisam confiar em Deus porque, hoje, existe uma verdadeira guerra velada, uma conspiração contra elas, um grande esforço para desfigurar sua feminilidade. Deus quer que você, mulher, cuide-se muito bem, porque Ele quer precisar de você como precisou da Virgem Maria.

Você não pode dar “bobeira”, não pode “cair na cantadinha” do mundo. Deus precisa de você! Seus filhos, seu marido, sua família e toda a sociedade precisam de você. Fixe o seu coração em Deus, ponha a sua meta em Jesus. Você é muito mais do que o sal, a luz e o fermento, dos quais o Senhor falou. Por isso, não perca a sua qualidade de “sal”, “fermento” e, principalmente, de “luz” para este mundo.

Gostaria, a partir da Virgem Maria e das inúmeras mulheres da Bíblia, que foram instrumento de salvação para tantos, prestar essa simples e forte homenagem a todas as mulheres do mundo! Quero reconhecer a sua dignidade de mulher a partir da santidade da Virgem Maria. Que essa palavra se cumpra: “Bendita és entre as mulheres”, que Nossa Senhora seja como um modelo de vida para todas as mulheres e que elas possam, com a própria vida, bendizer a Mãe de Deus.

A todas vocês: meu muito obrigado e que vocês tenham consciência de que sua sensibilidade e inteligência têm sido usadas por Deus para ser canal de sustento para toda sua obra.
Deus as abençoe!




ARREPENDIMENTO de LEDA BICALHO


19 de março - SÃO JOSÉ

Celebra-se hoje, 19 de março, a Solenidade de São José. Neste dia, a Igreja, espalhada pelo mundo todo, recorda solenemente a santidade de vida do seu patrono.

Esposo da Virgem Maria, modelo de pai e esposo, protetor da Sagrada Família, São José foi escolhido por Deus para ser o patrono de toda a Igreja de Cristo.

Seu nome, em hebraico, significa “Deus cumula de bens”.

No Evangelho de São Mateus vemos como foi dramático para esse grande homem de Deus acolher, misteriosa, dócil e obedientemente, a mais suprema das escolhas: ser pai adotivo de Nosso Senhor Jesus Cristo, o Messias, o Salvador do mundo.

"Quando acordou, José fez conforme o anjo do Senhor tinha mandado e acolheu sua esposa" (Mt 1,24).

O Verbo Divino quis viver em família. Hoje, deparamos com o testemunho de José, “Deus cumula de bens”; mas, para que este bem maior penetrasse na sua vida e história, ele precisou renunciar a si mesmo e, na fé, obedecer a Deus acolhendo a Virgem Maria.

Da mesma forma, hoje São José acolhe a Igreja, da qual é o patrono. E é grande intercessor de todos nós.

Que assim como ele, possamos ser dóceis à Palavra e à vontade do Senhor.

São José, rogai por nós!

domingo, 18 de março de 2012

O SINAL DA CRUZ - MARITZA ORLEANS E BRAGANÇA





quinta-feira, 15 de março de 2012

Carta do Pe. Martin Lasarte ao New York Times



"uma arvore que cai, faz mais barulho que uma floresta que cresce" - por Pe. Martín Lasarte


Segue carta do padre salesiano uruguaio Martín Lasarte, que trabalha em Angola e endereçada ao jornal norte-americano The New York Times. Nela expressa seus sentimentos diante da onda midiática despertada pelos abusos sexuais de alguns sacerdotes enquanto surpreende o desinteresse que o trabalho de milhares religiosos suscita nos meios de comunicação.


Eis a carta.
"Querido irmão e irmã jornalista: sou um simples sacerdote católico. Sinto-me orgulhoso e feliz com a minha vocação.
Há vinte anos vivo em Angola como missionário. Sinto grande dor pelo profundo mal que pessoas, que deveriam ser sinais do amor de Deus, sejam um punhal na vida de inocentes.


Não há palavras que justifiquem estes atos. Não há dúvida de que a Igreja só pode estar do lado dos mais frágeis, dos mais indefesos. Portanto, todas as medidas que sejam tomadas para a proteção e prevenção da dignidade das crianças será sempre uma prioridade absoluta. Vejo em muitos meios de informação, sobretudo em vosso jornal, a ampliação do tema de forma excitante, investigando detalhadamente a vida de algum sacerdote pedófilo.


Assim aparece um de uma cidade dos Estados Unidos, da década de 70, outro na Austrália dos anos 80 e assim por diante, outros casos mais recentes... Certamente, tudo condenável!
Algumas matérias jornalísticas são ponderadas e equilibradas, outras exageradas, cheias de preconceitos e até ódio.


É curiosa a pouca notícia e desinteresse por milhares de sacerdotes que consomem a sua vida no serviço de milhões de crianças, de adolescentes e dos mais desfavorecidos pelos quatro cantos do mundo!


Penso que ao vosso meio de informação não interessa que eu precisei transportar, por caminhos minados, em 2002, muitas crianças desnutridas de Cangumbe a Lwena (Angola), pois nem o governo se dispunha a isso e as ONGs não estavam autorizadas; que tive que enterrar dezenas de pequenos mortos entre os deslocados de guerra e os que retornaram; que tenhamos salvo a vida de milhares de pessoas no México com apenas um único posto médico em 90.000 km2, assim como com a distribuição de alimentos e sementes; que tenhamos dado a oportunidade de educação nestes 10 anos e escolas para mais de 110.000 crianças...

Não é do interesse que, com outros sacerdotes, tivemos que socorrer a crise humanitária de cerca de 15.000 pessoas nos aquartelamentos da guerrilha, depois de sua rendição, porque os alimentos do Governo e da
ONU não estavam chegando ao seu destino.


Não é notícia que um sacerdote de 75 anos, o padre Roberto, percorra, à noite, a cidade de Luanda curando os meninos de rua, levando-os a uma casa de acolhida, para que se desintoxiquem da gasolina, que
alfabetize centenas de presos; que outros sacerdotes, como o padre Stefano, tenham casas de passagem para os menores que sofrem maus tratos e até violências e que procuram um refúgio.
Tampouco que Frei Maiato com seus 80 anos, passe casa por casa confortando os doentes e desesperados.


Não é notícia que mais de 60.000 dos 400.000 sacerdotes e religiosos tenham deixado sua terra natal e sua família para servir os seus irmãos em um leprosário, em hospitais, campos de refugiados, orfanatos para crianças acusadas de feiticeiros ou órfãos de pais que morreram de Aids, em escolas para os mais pobres, em centros de formação profissional, em centros de atenção a soropositivos... ou, sobretudo, em paróquias e missões dando motivações às pessoas para viver e amar.


Não é notícia que meu amigo, o padre Marcos Aurelio, por salvar jovens durante a guerra de Angola, os tenha transportado de Kalulo a Dondo, e ao voltar à sua missão tenha sido metralhado no caminho; que o irmão
Francisco, com cinco senhoras catequistas, tenham morrido em um acidente na estrada quando iam prestar ajuda nas áreas rurais mais recônditas; que dezenas de missionários em Angola tenham morrido de
uma simples malária por falta de atendimento médico; que outros tenham saltado pelos ares por causa de uma mina, ao visitarem o seu pessoal.
No cemitério de Kalulo estão os túmulos dos primeiros sacerdotes que chegaram à região... Nenhum passa dos 40 anos.


Não é notícia acompanhar a vida de um Sacerdote “normal” em seu dia a dia, em suas dificuldades e alegrias consumindo sem barulho a sua vida a favor da comunidade que serve. A verdade é que não procuramos ser notícia, mas simplesmente levar a Boa-Notícia, essa notícia que sem estardalhaço começou na noite da Páscoa.

"Uma árvore que cai faz mais barulho do que uma floresta que cresce."



Não pretendo fazer uma apologia da Igreja e dos sacerdotes. O sacerdote não é nem um herói nem um neurótico. É um homem simples, que com sua humanidade busca seguir Jesus e servir os seus irmãos.
Há misérias, pobrezas e fragilidades como em cada ser humano; e também beleza e bondade como em cada criatura...
Insistir de forma obsessiva e perseguidora em um tema perdendo a visão de conjunto cria verdadeiramente caricaturas ofensivas do sacerdócio católico na qual me sinto ofendido.
Só lhe peço, amigo jornalista, que busque a Verdade, o Bem e a Beleza.
Isso o fará nobre em sua profissão."


Em Cristo,


Pe. Martín Lasarte, SDB

domingo, 11 de março de 2012

SALMO 91 - DAVI



Eu que habito sob a proteção do Altíssimo, que moro a sombra do Onipotente, digo ao Senhor: Sois meu refúgio e minha cidadela, meu Deus em quem eu confio.”É Ele que me livrará do laço do caçador e da peste perniciosa”.


Ele me cobrirá com suas plumas, sob suas asas encontrarei refúgio.
Sua fidelidade será um escudo de proteção.
Eu não temerei os terrores noturnos, nem a flecha que voa a luz do dia, nem a peste que se propaga nas trevas, nem o mal que grassa ao meio dia.

Caiam mil homens à minha esquerda e dez mil à minha direita, eu não serei atingido.
Porém, verei com meus próprios olhos, contemplarei o castigo dos pecadores, porque o Senhor é o meu refúgio.

Escolhi por asilo o altíssimo.
Nenhum mal me atingirá, nenhum flagelo chegará à minha casa.
Porque aos meus, anjos Ele mandou, que me guardem em todos os meus caminhos. Eles me sustentarão em suas mãos, para que eu não tropece em alguma pedra. Sobre serpente e víbora andarei, calcarei aos pés, o leão e o dragão. 


Pois, quem se unir a mim eu o livrarei e o protegerei, pois conhece o meu nome. 
Quando me invocar, Eu o atenderei, na tribulação estarei com contigo.
Hei de livrá-lo de todo mal e o cobrirei de glória.
Será favorecido de longos dias e mostrar-lhe-ei a minha salvação. 

Amém.

sexta-feira, 9 de março de 2012

Silencie -TEREZA BARROS FRANCO


  • SILENCIE
  • Nada te turbe  Nada te perturbe;  nada te espante; tudo passa; Deus não muda, a paciência tudo consegue. 
  • Quem a Deus tem, nada lhe falta. Só Deus é suficiente. Santa Teresa de Ávila (1515-1582)
  • Há “ruídos” demais em você ... ... “escute” no profundo do seu ser ...
  • Há demasiadas “preocupações” na sua mente ... ... e “peso” demais no seu coração… ... “escute”  no profundo do seu ser ...
  • ... Permaneça em silêncio, sozinho ... ... “escutando” no profundo do seu ser ...
  • ... entre no seu “aposento” ... ... “escute” no profundo do seu ser ...
  • O Senhor está aqui e te chama ... ... te ama e te espera ... ... “escute-O”  no mais profundo do seu ser ...
  • “ Fique em silêncio frente ao Senhor ...
  • Esqueça as palavras, esqueça as lembranças, e seus pedidos e projetos; olhe-O, escute-O  sem que as vozes interiores lhe distraiam.
  • Fique em paz frente a Ele, abandone n’Ele  toda perturbação, todo cuidado, toda preocupação, esqueça tudo.
  • Fique sem ataduras, livre dos seus desejos, pobre, vazio de tudo que não seja ELE.
  • Fique sozinho, sem mais ninguém no seu coração, que nenhuma criatura se interponha entre seus olhares.
  • Fique sem se queixar,
  • sem estorvos,
  • sem “hóspedes” estranhos,  
  • sem nada que não seja ELE.
  • Fique íntegro, sem mais lembranças que não seja Deus, sem procurar consolações humanas, “ sepultado”  com ELE e NELE,  desaparecendo você para transformar-se em dom no seu Coração.
  • Fique sem tristezas, nem ressentimentos, sem orgulho, nem falsa imagem de si mesmo.  
  • Fique na escuta da sua Palavra, Fazendo-se Palavra e Vontade DELE.
  • Fique sem poder, sem privilégios, sem honrarias, sem ídolos, E consinta que Deus seja Deus.                              
  • Fique em adoração tão profunda que nada posa alterar sua atenção, que nem aflições nem gozos quebrem este seu abandono ...
  • Fique em silêncio perante o Senhor, desapareça você e que só ELE esteja em você.
  • Fique em silêncio perante o Senhor...
  • Silencie ...
  • ... Abandona-te...
  • … e descanse.
  • Põe tua esperança Nele.”
  • “ Em silêncio, abandona-te ao Senhor, põe tua esperança nele” .  (Salmo 37, 7)

quinta-feira, 8 de março de 2012

                                    PARABÉNS  MULHER !


MULHER

“Bem aventurada aquela que acreditou, pois será cumprido aquilo que o Senhor anunciou” (L 1, 45)
Bem aventurada a mulher que cuida do próprio perfil interior e exterior, porque a harmonia da pessoa faz mais bela a convivência humana. 
Bem aventurada a mulher que, ao lado do homem, exercita a própria e insubstituível responsabilidade na família, na sociedade, na história e no universo inteiro. 
Bem aventurada a mulher chamada a transmitir e a guardar a vida de maneira humilde e grande. 
Bem aventurada quando nela e ao redor dela, acolhe, faz crescer e protege a vida. 
Bem aventurada a mulher que põe a inteligência, a sensibilidade e a cultura a serviço da vida, compartilhando a beleza e a graciosidade. 
Bem aventurada a mulher que se empenha em promover um mundo mais justo e mais humano. 
Bem aventurada a mulher que, em seu caminho, encontra Jesus Cristo: escuta-O, acolhe-O, segue-O, como tantas mulheres do Evangelho, e se deixa iluminar por Ele na opção de vida. 
Bem aventurada a mulher que, dia após dia, com pequenos gestos, com palavras e atenções que nascem do coração, traça sendas de esperança para a humanidade".(Frei Paulo)

Feliz dia internacional da mulher a você que faz o amor e a esperança acontecer no mundo! 
Com carinho
ANSPAC
Equipe Rio de Janeiro

MENSAGEM DO PADRE JOÃO PARA TODAS AS MULHERES



  • Parabéns a todas as mulheres! 
    Que Maria acompanhe de modo especial a cada uma nesse dia. 
    As palavras de Cora Coralina expressam a vida de muitas mulheres que eu conheço e admiro: 


    "Eu sou aquela mulher que fez a escalada da montanha da vida, removendo pedras  e  plantando flores."


    Minha gratidão, oração e benção!


    João Vicente de Paula
É muito difícil viver sem fé... 





Difícil ter fé; é muito mais difícil viver sem fé. 
Com fé, o caminho da vida se torna fácil; sem fé, o caminho se torna impossível.
Se não se tem fé, em sua autêntica dimensão, cai-se em mil e uma superstições ridículas e irracionais.

Sem fé não se conseguirá levantar uma folha do chão; com a fé se poderá mover o mundo e converter o homem.

Nem fé sem amor, nem amor sem fé; nem fé sem obras, nem obras sem fé; nem Deus sem o homem, nem o homem sem Deus.
Muitas coisas só se entendem quando sofremos por elas.

"Fazer o que Deus quer e querer o que Deus faz".

A perseverança é boa, se é perseverança no bem: o bem não é válido se não é perseverante.

MENSAGEM DA MARIA PIA TRUSSARDI




  1. "Fazer alguém feliz,
                      é  fazer você mesmo ser feliz"
                           Faça esta experiência !



    M.P.T.

segunda-feira, 5 de março de 2012

SER FELIZ OU TER RAZÃO: LUCIANA DALE e MARITZA O. BRAGANÇA





Ser Feliz ou Ter Razão


Quando eu era menino, às vezes minha mãe preparava um lanche, tipo café da manhã, na hora do jantar. E eu me lembro especialmente de uma noite, quando ela fez um lanche desse tipo depois de um dia de trabalho muito puxado.


A mesa estava quase pronta, só faltavam as torradas, que minha mãe finalmente trouxe e as colocou, completamente queimadas, bem na frente do meu pai. Naquele momento eu fiquei esperando para ver qual seria a reação dele, e tudo o que ele fez, foi pegar uma torrada, sorrir para minha mãe e me perguntar como tinha sido o meu dia na escola.Eu não me lembro do que respondi, mas me lembro de tê-lo visto lambuzando a torrada com geléia e engolindo cada pedaço.


Quando eu deixei a mesa naquela noite, ouvi minha mãe se desculpando por haver queimado a torrada, e nunca esquecerei o que ele respondeu:- Amor, eu adoro uma torradinha queimada…Mais tarde, quando fui dar um beijo de boa noite em meu pai, perguntei se ele tinha realmente gostado da torrada queimada. Ele me envolveu em seus braços e me disse:- Meu filho, sua mãe teve um dia de trabalho muito pesado e estava realmente cansada. Além disso, uma torrada queimada não faz mal a ninguém. 


A vida é cheia de imperfeições e as pessoas tampouco são perfeitas. Eu também não sou o melhor marido, empregado, ou cozinheiro!  "Inteligência Emocional é a capacidade de manipularmos nossas emoções de forma que elas trabalhem a nosso favor e nos levem mais perto de nossos objetivos”.


Neste contexto, qual é o seu objetivo? Ser feliz ou ter razão? Seja qual for o ambiente ou situação; em casa, no trabalho, no trânsito ou em seus relacionamentos, qual tem sido a sua preferência? Ter razão ou ser feliz?


Uma pessoa emocionalmente inteligente aprende a aceitar as falhas dos outros, porque conhece a si mesmo e sabe que também tem muitas falhas, como todo ser humano. Ele sabe que pessoas boas fazem coisas ruins, e que fatos isolados não podem determinar o que as pessoas de fato são.


Não ponha a chave de sua felicidade no bolso de outra pessoa. Não entregue o controle de suas emoções nas mãos dos outros. 


O grande problema do mundo atual é a intolerância pelo ser e a obsessão
pelo ter!

Seja emocionalmente inteligente. Conduza suas emoções e suas reações em direção aos seus objetivos.




TUDO POSSO NAQUELE QUE ME FORTALECE - Enviado por RAQUEL SENA -

MONICA, ESTAVA ATRAS DESTA MUSICA PARA COLOCAR NO BLOG, E UM FILHO DE
DEUS ME MANDOU.  SOU  APAIXONADA POR ESTA MUSICA É REALMENTE EMOCIONANTE, EU PUDE ASSISTIR ESTA CENA NO CANECÃO E  TAMBÉM CHOREI ,
NÃO RESISTI AS EMOÇÕES!
ESPERO QUE CURTAM.
BEIJOS
RAQUEL SENA
DEUS ABENÇOE.

domingo, 4 de março de 2012

Mensagem do dia -ISIS PENIDO



"A palavra de Deus é nosso sustento em meio às alegrias e preocupações de nossa vida. Nela encontramos esperança para caminhar, forças para perdoar, sustento para socorrer e orientação para vencer a alienação." 


I.P.

sábado, 3 de março de 2012

Via-sacra

Realizada normalmente durante a Semana Santa  e nas sextas-feiras do período da Quaresma a via-sacra é um ato litúrgico celebrado pela Igreja Católica para relembrar a paixão e morte de Jesus Cristo.  Enquanto o sacerdote lê trechos dos Evangelhos, os católicos meditam diante de uma série de quadros que representam as principais cenas da saga de Jesus.


Esta maneira de meditar teve origem no tempo das Cruzadas (século X). Os fiéis que peregrinavam na Terra Santa e visitavam os lugares sagrados da Paixão de Jesus, continuaram recordando os passos da Via Dolorosa de Jerusalém. Em suas pátrias, compartilharam esta devoção à Paixão. O número de 14 estações fixou-se no século XVI.


Esses quadros - ou estações, como são chamados - contam a trajetória de Jesus desde o momento de Sua condenação até Seu sepulcro. Aparecem em seqüência: a condenação, Jesus carregando a cruz, o encontro com Maria, a ajuda que recebeu de Simão Cirineu, as três vezes em que caiu, o consolo às mulheres de Israel, a ocasião em que Verônica enxugou seu rosto, o momento em que foi despido, sua crucificação, morte, a descida da cruz e, por fim, seu sepultamento.


Primeira estação: Jesus é condenado à morte

Do evangelho segundo São Mateus 27,22-23.26:


“Retorquiu-lhes Pilatos: ‘E que hei de fazer de Jesus que é chamado Messias?’. Replicaram todos: ‘Seja crucificado!’. Pilatos insistiu: ‘Então, que mal fez Ele?’. Mas eles gritavam mais ainda: ‘Seja crucificado!’. Soltou-lhes então Barrabás. E a Jesus, depois de tê-lo mandado açoitar, entregou-O para ser crucificado.”



Meditação

O Juiz do Mundo, que um dia voltará para nos julgar a todos, está ali, aniquilado, insultado e inerme diante do juiz terreno. Pilatos não é um monstro de malvadez. Sabe que o condenado diante dele é inocente; procura um modo de libertá-Lo. Mas seu coração está dividido. E, no fim, faz prevalecer sua posição, faz prevalecer a si mesmo, sobre o direito. Também os homens que gritam e pedem a morte de Jesus não são monstros cruéis. Muitos deles, no dia de Pentecostes, sentir-se-ão “emocionados até ao fundo do coração” (At 2,37), quando Pedro lhes disser: “Jesus de Nazaré, Homem acreditado por Deus junto de vós, vós O matastes, cravando-O na cruz pela mão de gente perversa” (At 2,22.23). Mas naquele momento sofrem a influência da multidão. Gritam porque os outros gritam e como gritam os outros. E, assim, a justiça é espezinhada pela covardia, pela pusilanimidade, pelo medo da mentalidade predominante. A voz sutil da consciência fica sufocada pelos brados da multidão. A indecisão e o respeito humano dão força ao mal.

Oração

Senhor, fostes condenado à morte porque o medo do olhar alheio sufocou a voz da consciência. E, assim, acontece que, sempre ao longo de toda a história, inocentes são maltratados, condenados e mortos. Quantas vezes também nós preferimos o sucesso à verdade, nossa reputação à justiça. Dai força, na nossa vida, à voz sutil da consciência, à Vossa voz. Olhai-me como olhastes para Pedro depois de Vos ter negado. Fazei com que o Vosso olhar penetre em nossas almas e indique a direção para nossa vida. Àqueles que na Sexta-feira Santa gritaram contra Vós, no dia de Pentecostes destes a contrição do coração e a conversão. E assim destes esperança a todos nós. Não cesseis de dar também a nós a graça da conversão. Pai nosso...


Segunda estação: Jesus é carregado com a cruz

Do evangelho segundo São Mateus 27,27-31:


“Então, os soldados do governador levaram Jesus consigo para o Pretório e reuniram junto dele toda a companhia. Depois de O terem despido, envolveram-No em um manto encarnado. Teceram uma coroa de espinhos, que lhe puseram na cabeça, e, na mão direita, colocaram-Lhe uma cana. Ajoelharam-se diante dEle e escarneceram- No dizendo: ‘Salve, ó rei dos Judeus!’. Depois, cuspiram nEle, pegaram a cana e puseram-se a bater com ela na cabeça de Jesus. Depois de O terem escarnecido, despiram- lhe o manto, vestiram-Lhe as roupas e levaram-No para ser crucificado.”


Meditação

Jesus, condenado como pretenso rei, é escarnecido, mas precisamente na troça aparece cruelmente a verdade. Quantas vezes as insígnias do poder trazidas pelos poderosos deste mundo são um insulto à verdade, à justiça e à dignidade do homem! Quantas vezes seus rituais e suas grandes palavras não passam, na realidade, de pomposas mentiras, uma caricatura do dever que lhes incumbe por força de seu cargo, ou seja, colocar-se a serviço do bem. Por isso mesmo, Jesus, Aquele que é escarnecido e que traz a coroa do sofrimento, é o verdadeiro rei. Seu cetro é justiça (cf. Sl 45/44,7). O preço da justiça é sofrimento neste mundo: Ele, o verdadeiro rei, não reina por meio da violência, mas através do amor com que sofre por nós e conosco. Ele carrega a cruz, a nossa cruz, o peso de sermos homens, o peso do mundo. É assim que Ele nos precede e mostra como encontrar o caminho para a vida verdadeira.


Oração

Senhor, deixastes que Vos escarnecessem e ultrajassem. Ajudai-nos a não fazer coro com aqueles que escarnecem quem sofre e quem é frágil. Ajudai-nos a reconhecer o Vosso rosto em quem é humilhado e marginalizado. Ajudainos a não desanimar perante as zombarias do mundo quando a obediência à Vossa vontade é ridicularizada. Carregastes a cruz e convidastesnos a seguir-Vos por este caminho (Mt 10,38). Ajudai-nos a aceitar a cruz, a não fugir dela, a não lamentar nem deixar que nossos corações se abatam com as provas da vida. Ajudai-nos a percorrer o caminho do amor e, obedecendo às suas exigências, a alcançar a verdadeira alegria. Pai nosso...


Terceira estação: Jesus cai pela primeira vez

Do livro do profeta Isaías 53,4-6:

"Eram os nossos males que Ele suportava, e as nossas dores que trazia sobre Si. Mas víamos nEle um homem castigado, ferido por Deus e sujeito à humilhação. Ele foi trespassado por causa de nossas culpas, esmagado devido às nossas faltas. O castigo que nos salva caiu sobre Ele, e, por causa de suas chagas, fomos curados. Todos nós, como ovelhas, andávamos errantes, seguindo cada qual seu caminho. E o Senhor fez cair sobre Ele as faltas de todos nós.”


Meditação

O homem caiu e continua a cair: quantas vezes ele se torna a caricatura de si mesmo, já não é a imagem de Deus, mas algo que põe em ridículo o Criador. Aquele que, ao descer de Jerusalém para Jericó, embateu nos ladrões que o despojaram deixando-o meio morto, sangrando à beira da estrada, não é porventura a imagem por excelência do homem? A queda de Jesus sob a cruz não é apenas a queda do homem Jesus já extenuado pela flagelação. Aqui aparece algo de mais profundo, como diz Paulo na Carta aos Filipenses: “Ele, que era de condição divina, não reivindicou o direito de ser equiparado a Deus. Mas despojou-Se a Si mesmo tomando a condição de servo, tornando-Se semelhante aos homens [...] humilhou-Se a Si mesmo, feito obediente até à morte e morte de cruz” (Fl 2,6-8). Na queda de Jesus sob o peso da cruz, é visível todo Seu itinerário: Sua voluntária humilhação para nos levantar de nosso orgulho. E ao mesmo tempo aparece a natureza de nosso orgulho: a soberba pela qual desejamos emancipar- nos de Deus sendo apenas nós mesmos, pela qual cremos não ter necessidade do amor eterno; queremos organizar nossa vida sozinhos. Nessa revolta contra a verdade, nessa tentativa de nos tornarmos deus, de sermos criadores e juízes de nós mesmos, caímos e acabamos por nos autodestruir. A humilhação de Jesus é a superação de nossa soberba: com Sua humilhação, Ele nos faz levantar. Deixemos que Ele nos levante. Despojemo- nos de nossa auto-suficiência, de nossa errada teimosia em sermos autônomos, e aprendamos o contrário dAquele que se humilhou, ou seja, aprendamos a encontrar nossa verdadeira grandeza, humilhando-nos e voltando-nos para Deus e para os irmãos espezinhados.


Oração

Senhor Jesus, o peso da cruz Vos fez cair por terra. O peso de nosso pecado, o peso de nossa soberba Vos joga ao chão. Mas Vossa queda não é sinal de um destino adverso, nem é a pura e simples fraqueza de quem é espezinhado. Quisestes vir até junto de nós, que, por nossa soberba, jazemos por terra. A soberba de pensar que somos capazes de produzir o homem fez com que os homens se tenham tornado uma espécie de mercadoria para se comprar e vender, como que uma reserva de material para nossas experiências, pelas quais esperamos, por nós mesmos, superar a morte, quando, na verdade, conseguimos apenas humilhar cada vez mais profundamente a dignidade do homem. Senhor, vinde em nossa ajuda, porque caímos. Ajudainos a abandonar nossa soberba devastadora e, aprendendo da Vossa humildade, a nos colocarmos novamente de pé. Pai nosso...


Quarta estação: Jesus encontra sua mãe

Do evangelho segundo São Lucas 2,34-35.51:




“Simeão abençoou-os e disse a Maria, sua Mãe: ‘Ele foi estabelecido para a queda e o reerguimento de muitos em Israel, e para ser sinal de contradição; e uma espada há de traspassar a tua alma. Assim se deverão revelar os intentos de muitos corações’. Sua mãe guardava no coração todas essas recordações.”


Meditação

Na Via-Sacra de Jesus, aparece também Maria, Sua Mãe. Durante sua vida pública, ela teve de ficar de lado para dar lugar ao nascimento da nova família de Jesus, a família de seus discípulos. Teve também de ouvir estas palavras: “Quem é a minha Mãe e quem são os meus irmãos? Todo aquele que fizer a vontade de meu Pai que está nos céus, esse é meu irmão, minha irmã e minha mãe” (Mt 12,48.50). Pode-se agora constatar que Ela é a Mãe de Jesus não só no corpo, mas também no coração. Ainda antes de tê-lo concebido no corpo, por sua obediência ela O concebera no coração. Fora-Lhe dito: “Hás de conceber no teu seio e dar à luz um filho. Ele será grande, o Senhor Deus lhe dará o trono de seu pai Davi” (Lc 1,31-32). Mas algum tempo depois ouvira da boca do velho Simeão uma palavra diferente: “Uma espada Te há de trespassar a alma” (Lc 2,35). Nessa ocasião, Ela deve ter se lembrado de certas palavras pronunciadas pelos profetas, tais como: “Foi maltratado e resignouse, não abriu a boca, como cordeiro levado ao matadouro” (Is 53,7). Agora tudo isso se torna realidade. No coração, tinha sempre conservado as palavras que o anjo Lhe dissera quando tudo começou: “Não tenhas receio, Maria” (Lc 1,30). Os discípulos fugiram; Ela não foge. Ela está ali, com a coragem de mãe, com a fidelidade de mãe, com a bondade de mãe, e com sua fé, que resiste na escuridão: “Feliz daquela que acreditou” (Lc 1,45). “Mas, quando o Filho do Homem voltar, encontrará fé sobre a terra?” (Lc 18,8). Sim, agora Ele o sabe: encontrará fé. E essa é, naquela hora, sua grande consolação.


Oração

Santa Maria, Mãe do Senhor, permanecestes fiel quando os discípulos fugiram. Tal como acreditastes quando o anjo Vos anunciou o que era incrível – que haverias de ser Mãe do Altíssimo –, assim também acreditastes no momento de Sua maior humilhação. E foi assim que, na hora da cruz, na hora da noite mais escura do mundo, Vos tornastes Mãe dos que crêem, Mãe da Igreja. Nós Vos pedimos: ensinainos a acreditar e ajudai-nos para que a fé se torne coragem de servir e gesto de um amor que socorre e sabe partilhar o sofrimento. Pai nosso...


Quinta estação: Jesus é ajudado pelo cireneu a levar a cruz

Do evangelho segundo São Mateus 27,32; 16,24



“Ao saírem, encontraram um homem de Cirene, chamado Simão, e requisitaram-no para levar a cruz de Jesus. Jesus disse aos discípulos: ‘Se alguém quiser seguir-Me, renegue-se a si mesmo, pegue sua cruz e siga-Me’.”


Meditação

Simão de Cirene regressa do trabalho, está a caminho de casa quando cruza com aquele triste cortejo de condenados – para ele talvez fosse um espetáculo habitual. Os soldados valem- se de seu direito de coação e colocam a cruz às costas dele, robusto homem do campo. Que aborrecimento não deverá ter sentido ao ver-se inesperadamente envolvido no destino daqueles condenados! Faz o que deve fazer, mas certamente com grande relutância. E todavia o evangelista Marcos nomeia, juntamente com o cireneu, também seus filhos, que evidentemente eram conhecidos como cristãos, como membros daquela comunidade (Mc 15,21). Do encontro involuntário, brotou a fé. Acompanhando Jesus e compartilhando o peso da cruz, o cireneu compreende que é uma graça poder caminhar junto com aquele Crucificado e assisti-Lo. O mistério de Jesus, que sofre calado, toca-lhe o coração. Jesus, cujo amor divino era o único que podia – e pode – redimir a humanidade inteira, quer que compartilhemos Sua cruz para completar o que ainda falta a Seus sofrimentos (Cl 1,24). Sempre que, bondosamente, vamos ao encontro de alguém que sofre, alguém perseguido e inerme, partilhando seu sofrimento ajudamos a levar a própria cruz de Jesus. E assim obtemos salvação e podemos, nós mesmos, contribuir para a salvação do mundo.


Oração

Senhor, abristes a Simão de Cirene os olhos e o coração, dando-lhe, na partilha da cruz, a graça da fé. Ajudai-nos a assistir nosso próximo que sofre, ainda que esse chamado seja contrário a nossos projetos e nossas simpatias. Concedei-nos reconhecer que é uma graça poder partilhar a cruz dos outros e experimentar que dessa forma estamos a caminhar convosco. Fazei-nos reconhecer com alegria que é precisamente pela partilha do Vosso sofrimento e dos sofrimentos deste mundo que nos tornamos ministros da salvação, podendo assim ajudar a construir o Vosso corpo, a Igreja. Pai nosso...


Sexta estação: Verônica limpa o rosto de Jesus

Do livro do profeta Isaías 53,2-3:


“O meu Servo cresceu sem distinção nem beleza que atraia o nosso olhar, nem aspecto agradável que possa cativar-nos. Desprezado e repelido pelos homens, homem de dores, afeito ao sofrimento, é como aquele a quem se volta a cara, pessoa desprezível, da qual se não faz caso.”


Do livro dos Salmos 27/26,8-9:


“Meu coração fala convosco confiante, e os meus olhos Vos procuram. Senhor, é Vos sa face que eu procuro; não me escondais a Vossa face! Não afasteis em Vossa ira o Vosso servo, sois Vós o meu auxílio! Não me esqueçais nem me deixeis abandonado, meu Deus e Salvador.”



Meditação

Verônica – Berenice, segundo a tradição grega – encarna este anseio que irmana todos os indivíduo piedosos do Antigo Testamento: o anseio que todos os homens crentes têm de verem o rosto de Deus. Em todo caso, na Via-Sacra de Jesus, Verônica inicialmente se limitara a prestar um serviço de gentileza feminina: oferecer um lenço a Jesus. Não se deixa contagiar pela brutalidade dos soldados, nem imobilizar pelo medo dos discípulos. É a imagem da mulher bondosa que, perante a perturbação e a escuridão dos corações, mantém a coragem da bondade, não permite que seu coração permaneça na escuridão: “Bemaventurados os puros de coração, porque verão a Deus” – dissera o Senhor no Sermão da Montanha (Mt 5,8). No princípio, Verônica via apenas um rosto maltratado e marcado pela dor. Mas o ato de amor imprime em seu coração a verdadeira imagem de Jesus: no rosto humano, coberto de sangue e de feridas, ela vê o Rosto de Deus e de Sua bondade, que nos acompanha mesmo na dor mais profunda. Somente com o coração podemos ver Jesus. Apenas o amor nos torna capazes de ver e nos torna puros. Só o amor nos faz reconhecer Deus, que é o próprio amor.


Oração

Senhor, dai-nos a inquietação do coração que procura Vosso rosto. Protegei-nos da escuridão do coração que vê apenas a superfície das coisas. Concedei-nos aquela generosidade e pureza de coração que nos tornam capazes de ver Vossa presença no mundo. Quando não pudermos realizar grandes coisas, dai-nos a coragem de uma bondade humilde. Imprimi Vosso rosto em nossos corações, para podermos Vos encontrar e mostrar ao mundo Vossa imagem. Pai nosso...


Sétima estação: Jesus cai pela segunda vez

Do livro das Lamentações 3,1-2.9.16:


“Eu sou o homem que conheceu a miséria sob a vara do seu furor. Ele me guiou e me fez andar nas trevas e não na luz. Bloqueou meus caminhos com blocos de pedra, obstruiu minhas veredas. Ele quebrou meus dentes com cascalho, mergulhou-me na cinza.”


Meditação

A tradição da tríplice queda de Jesus sob o peso da cruz recorda a queda de Adão – o ser humano caído que somos nós – e o mistério da associação de Jesus a nossa queda. Na história, a queda do homem assume sempre novas formas. Em sua primeira carta, São João fala duma tríplice queda do homem: a concupiscência da carne, a concupiscência dos olhos e a soberba da vida. Assim interpreta ele a queda do homem e da humanidade, no horizonte dos vícios de seu tempo com todos os seus excessos e depravações. Mas, olhando a história mais recente, podemos também pensar por que a cristandade, cansada da fé, abandonou o Senhor: as grandes ideologias, com a banalização do homem, que já não crê em nada e se deixa simplesmente ir à deriva, construíram um novo paganismo – um paganismo pior que o antigo –, o qual, desejoso de marginalizar definitivamente Deus, acabou por perder o homem. Eis o homem que jaz no pó. O Senhor carrega esse peso e cai, cai para poder chegar até nós; Ele nos olha para que em nós volte a palpitar o coração; cai para nos levantar.


Oração

Senhor Jesus Cristo, carregastes nosso peso e continuais a nos carregar. É nosso peso que Vos faz cair. Mas sois Vós a nos levantar, porque, sozinhos, não conseguimos nos erguer do pó. Livrai-nos do poder da concupiscência. Em vez do coração de pedra, dai-nos novamente um coração de carne, um coração capaz de ver. Destruí o poder das ideologias, para os homens poderem reconhecer que estão permeadas de mentiras. Não permitais que o muro do materialismo se torne intransponível. Fazei com que Vos ouçamos de novo. Tornai-nos sóbrios e vigilantes para podermos resistir às forças do mal e ajudainos a reconhecer as necessidades interiores e exteriores dos outros, e a socorrê-las. Erguei-nos, para podermos levantar os outros. Concedei-nos esperança no meio de toda esta escuridão, para podermos ser portadores de esperança no mundo. Pai nosso...


Oitava estação: Jesus encontra as mulheres de Jerusalém que choram por Ele

Do evangelho segundo São Lucas 23,28-31:


“Jesus voltou-Se para elas e disse-lhes: ‘Mulheres de Jerusalém, não choreis por Mim; chorai antes por vós mesmas e pelos vossos filhos. Pois dias virão em que se dirá: “Felizes as estéreis, as entranhas que não tiveram filhos e os peitos que não amamentaram”. Nessa altura, começarão a dizer aos montes: “Caí sobre nós”, e às colinas: “Cobrinos”. Porque, se fazem assim no madeiro verde, que será no madeiro seco?’.”


Meditação

As palavras com que Jesus adverte as mulheres de Jerusalém que O seguem e choram por Ele fazem-nos refletir. Como entender tais palavras? Não se trata porventura de uma advertência contra uma piedade puramente sentimental, que não se torna conversão e fé vivida? De nada serve lamentar, por palavras e sentimentalmente, os sofrimentos deste mundo, se nossa vida continua sempre igual. Por isso, o Senhor nos adverte do perigo em que nós próprios nos encontramos. Mostra-nos a seriedade do pecado e a seriedade do juízo. Apesar de todas as nossas palavras de horror diante do mal e dos sofrimentos dos inocentes, não somos nós porventura demasiadamente inclinados a banalizar o mistério do mal? Da imagem de Deus e de Jesus, no fim das contas, não admitimos apenas o aspecto terno e amável, enquanto tranqüilamente cancelamos a dimensão do juízo? Como poderia Deus fazer-Se um drama com nossa fragilidade – pensamos conosco –, não passamos de simples homens?! Mas, fixando os sofrimentos do Filho, vemos toda a seriedade do pecado, vemos como tem de ser expiado até o fim para poder ser superado. Não podemos continuar a banalizar o mal, quando vemos a imagem do Senhor que sofre. Também a nós, diz Ele: Não choreis por Mim, chorai por vós próprios... porque, se tratam assim o madeiro verde, que será do madeiro seco?


Oração

Senhor, às mulheres que choravam, falastes de penitência, do Dia do Juízo, quando nos encontrarmos diante da Vossa face, a face do Juiz do Mundo. Chamais-nos a sair da banalização do mal que nos deixa tranqüilos para podermos continuar nossa vida de sempre. Mostrai-nos a seriedade de nossa responsabilidade, o perigo de sermos encontrados, no Juízo, culpados e estéreis. Fazei com que não nos limitemos a caminhar ao Vosso lado oferecendo apenas palavras de compaixão. Convertei-nos e dai-nos uma vida nova; não permitais que acabemos por ficar como um madeiro seco, mas fazei que nos tornemos ramos vivos em Vós, a videira verdadeira, e produzamos fruto para a vida eterna (Jo 15,1-10). Pai nosso...


Nona estação: Jesus cai pela terceira vez

Do livro das Lamentações 3,27-32:


“É bom para o homem suportar o jugo desde sua juventude. Que esteja solitário e silencioso quando o Senhor o impuser sobre ele; que ponha sua boca no pó: talvez haja esperança! Que dê sua face a quem o fere e se sacie de opróbrios. Pois o Senhor não rejeita para sempre: se Ele aflige, Ele se compadece segundo sua grande bondade.”


Meditação

E que dizer da terceira queda de Jesus sob o peso da cruz? Pode talvez fazer-nos pensar na queda do homem em geral, no afastamento de muitos de Cristo, caminhando à deriva para um secularismo sem Deus. Mas não deveríamos pensar também em tudo quanto Cristo tem sofrido em sua própria Igreja? Quantas vezes se abusa do Santíssimo Sacramento da Sua presença! Freqüentemente como está vazio e ruim o coração onde Ele entra! Tantas vezes celebramos apenas nós próprios, sem nem sequer nos darmos conta dEle! Quantas vezes se distorce Sua Palavra! Quantas vezes se abusa de Sua Palavra! Quão pouca fé existe em tantas teorias, quantas palavras vazias! Quanta sujeira há na Igreja, e precisamente entre aqueles que, no sacerdócio, deveriam pertencer completamente a Ele! Quanta soberba, quanta auto-suficiência! Respeitamos tão pouco o sacramento da reconciliação, em que Ele está a nossa espera para nos levantar de nossas quedas! Tudo isso está presente em Sua paixão. A traição dos discípulos, a recepção indigna de seu Corpo e de seu Sangue são certamente o maior sofrimento do Redentor, o que Lhe trespassa o coração. Nada mais podemos fazer que dirigir-Lhe, do mais profundo da alma, este grito: Kyrie, eleison! – Senhor, salvai-nos! (Mt 8,25).


Oração

Senhor, muitas vezes Vossa Igreja parecenos uma barca que está para afundar, uma barca em que entra água por todos os lados. E, mesmo no Vosso campo de trigo, vemos mais cizânia que trigo. O vestido e o rosto tão sujos de Vossa Igreja muitas vezes nos horrorizam. Mas somos nós mesmos que os sujamos! Somos nós mesmos que Vos traímos sempre, depois de todas as nossas grandes palavras, os nossos grandes gestos. Tende piedade de Vossa Igreja: também dentro dela, Adão continua a cair. Com nossa queda, nós Vos jogamos no chão, e Satanás se põe a rir porque espera que não mais conseguireis levantar-Vos daquela queda; espera que Vós, tendo sido arrastado na queda de Vossa Igreja, ficareis por terra, derrotado. Mas Vos erguereis. Vós Vos levantastes, ressuscitastes e podeis levantar-nos também a nós. Salvai e santificai Vossa Igreja. Salvai e santificai a todos nós. Pai nosso...


Décima estação: Jesus é crucificado

Do evangelho segundo São Mateus 27,33-36:


“Chegando a um lugar chamado Gólgota – que quer dizer ‘Lugar do Crânio’ –, deram-Lhe a beber vinho misturado com fel. Mas Jesus, quando o provou, não quis beber. Depois de O terem crucificado, repartiram entre si as suas vestes, tirando-as à sorte, e ficaram ali sentados a guardá-Lo.”


Meditação

Jesus é despojado de suas vestes. A roupa confere ao homem sua posição social, dá-lhe seu lugar na sociedade e o faz sentir-se alguém. Ser despojado em público significa que Jesus já não é ninguém, nada mais é que um marginalizado, desprezado por todos. O momento do despojamento nos recorda também a expulsão do Paraíso: o homem ficou sem o esplendor de Deus; agora está ali, nu e exposto, desnudado e envergonhado. Desse modo, Jesus assume mais uma vez a situação do homem caído. Jesus despojado recorda-nos o fato de que todos perdemos a “primeira veste”, isto é, o esplendor de Deus. Junto da cruz, os soldados lançam sortes para repartirem entre si aqueles míseros haveres, as vestes de Jesus. Os evangelistas narram esse episódio com palavras tiradas do Salmo 22,19 e assim afirmam-nos o mesmo que Jesus há de dizer aos discípulos de Emaús: tudo aconteceu “conforme as Escrituras”. Não se trata aqui de pura coincidência: tudo o que acontece está contido na Palavra de Deus e conforme Seu desígnio divino. O Senhor experimenta todos os graus da perdição dos homens, e cada um deles é, com toda a sua amargura, um passo da redenção: é precisamente assim que Ele traz de volta para casa a ovelha perdida. Recordemos ainda que, segundo diz São João, o objeto do sorteio era a túnica de Jesus, a qual, “toda tecida de alto a baixo, não tinha costura” (Jo 19,23). Podemos considerar isso uma alusão à veste do sumo sacerdote, que era “tecida como um todo”, sem costura (Flávio Josefo, Antiguidades judaicas, III, 161). Ele, o Crucificado, é realmente o verdadeiro sumo sacerdote.


Oração

Senhor Jesus, fostes despojado de Vossas vestes, exposto à desonra, expulso da sociedade. Assumistes sobre Vós a desonra de Adão, sanando-a. Assumistes os sofrimentos e as necessidades dos pobres, daqueles que são expulsos do mundo. Deste modo é que realizais a palavra dos profetas. É precisamente assim que dais significado àquilo que não tem significado. Assim mesmo nos dais a conhecer que estais nas mãos do Vosso Pai – Vós, nós e o mundo. Concedei-nos um respeito profundo pelo homem em todas as fases de sua existência e em todas as situações em que o encontrarmos. Dainos a veste luminosa de Vossa graça. Pai nosso...


Décima primeira estação: Jesus promete seu Reino ao bom ladrão

Do evangelho segundo São Mateus 27,37-42:


“Puseram acima da cabeça de Jesus um letreiro escrito com a causa da condenação: ‘Este é Jesus, o Rei dos Judeus’. Foram então crucificados com Ele dois ladrões, um à direita e outro à esquerda. Os que passavam dirigiam-Lhe insultos, abanavam a cabeça e diziam: ‘Tu, que demolias o Templo e o reedificavas em três dias, salva-Te a Ti mesmo, se és Filho de Deus, e desce da cruz!’. Também os sumos sacerdotes zombavam, juntamente com os escribas e os anciãos, dizendo: ‘Salvou os outros e a Si mesmo não pode salvar-Se! É Rei de Israel! Desça agora da cruz, e acreditaremos nele’.”


Meditação

Jesus é pregado na cruz. O sudário de Turim permite formar uma idéia da crueldade incrível desse processo. Jesus não toma a bebida anestesiante que Lhe fora oferecida: conscientemente assume todo o sofrimento da crucifixão. Todo Seu corpo é martirizado; cumpriram-se as palavras do Salmo: “Eu, porém, sou um verme e não um homem, o opróbrio dos homens rebotalho do povo” (Sl 22/21,7). “Como um homem diante do qual se tapa o rosto, menosprezado e desestimado. Na verdade Ele tomou sobre Si as nossas doenças, carregou as nossas dores” (Is 53,3-4). Detenhamo-nos diante dessa imagem de sofrimento, diante do Filho de Deus sofredor. Olhemos para Ele nos momentos de presunção e de prazer, para aprendermos a respeitar os limites e a ver a superficialidade de todos os bens puramente materiais. Olhemos para Ele nos momentos de calamidade e de angústia, para reconhecermos que precisamente assim estamos perto de Deus. Procuremos reconhecer Seu rosto naqueles que tendemos a desprezar. Diante do Senhor condenado, que não quer usar Seu poder para descer da cruz, mas antes suporta os sofrimentos da cruz até o fim, pode assomar ainda outro pensamento. Inácio de Antioquia, ele mesmo preso com cadeias por sua fé no Senhor, elogiou os cristãos de Esmirna pela fé inabalável deles: afirma que estavam, por assim dizer, pregados com a carne e o sangue à cruz do Senhor Jesus Cristo (1,1). Deixemonos pregar a Ele, sem ceder a qualquer tentação de nos separarmos nem ceder às zombarias que pretendem levar-nos a fazê-lo.


Oração

Senhor Jesus Cristo, fizestes-Vos pregar na cruz, aceitando a crueldade terrível desse tormento, a destruição de Vosso corpo e Vossa dignidade. Fizestes-Vos pregar, sofrestes sem evasões nem descontos. Ajudai-nos a não fugir perante o que somos chamados a realizar. Ajudainos a nos ligar estreitamente a Vós. Ajudai-nos a desmascarar a falsa liberdade que nos quer afastar de Vós. Ajudai-nos a aceitar Vossa liberdade “ligada” e a encontrar nessa estreita ligação convosco a verdadeira liberdade. Pai Nosso...


Décima segunda estação: Jesus na cruz, a mãe e o discípulo

Do evangelho segundo São Mateus 27,45-50.54:


“A partir do meio-dia, houve trevas em toda a região, até às três horas da tarde. E, pelas três horas da tarde, Jesus bradou com voz forte: ‘Eli, Eli, lamá sabachthani’, quer dizer, ‘Meu Deus, Meu Deus, por que Me abandonaste?’. Alguns dos presentes ouviram e disseram: ‘Está a chamar por Elias’. E logo um deles correu a pegar numa esponja, ensopou-a em vinagre, pô-la numa cana e deu-Lhe a beber. Mas os outros disseram: ‘Deixa lá! Vejamos se Elias vem salvá-Lo’. E Jesus, dando novamente um forte brado, expirou. Entretanto, o centurião e os que estavam com ele de guarda a Jesus, ao verem o tremor de terra e o que estava a suceder, ficaram aterrados e disseram: ‘Ele era, na verdade, Filho de Deus’.”



Meditação

No cimo da cruz de Jesus – nas duas línguas do mundo de então, o grego e o latim, e na língua do povo eleito, o hebraico – está escrito quem Ele é: Rei dos Judeus, o Filho prometido a Davi. Pilatos, o juiz injusto, tornou-se profeta sem querer. Perante a opinião pública mundial é proclamada a realeza de Jesus. O próprio Jesus não tinha aceito o título de Messias, pois isso daria ensejo a uma idéia errada, humana, de poder e salvação. Mas, agora, o título pode estar escrito ali publicamente sobre o Crucificado. Ele, assim, é verdadeiramente o rei do mundo. Agora foi verdadeiramente “elevado”. Em sua descida, Ele subiu. Agora cumpriu radicalmente o mandamento do amor, cumpriu a oferta de Si próprio, e precisamente desse modo Ele é agora a manifestação do verdadeiro Deus, daquele Deus que é amor. Agora sabemos quem é Deus. Agora sabemos como é a verdadeira realeza. Jesus reza o Salmo 22, que começa com estas palavras: “Meu Deus, meu Deus, por que Me abandonaste?” (Sl 22/21,2). Assume em Si mesmo todo o Israel, a humanidade inteira, que sofre o drama da escuridão de Deus e faz com que Deus Se manifeste justo onde parece estar definitivamente derrotado e ausente. A cruz de Cristo é um acontecimento cósmico. O mundo fica na escuridão quando o Filho de Deus sofre a morte. A terra treme. E junto da cruz tem início a Igreja dos pagãos. O centurião romano reconhece, compreende que Jesus é o Filho de Deus. Da cruz, Ele triunfa sem cessar.


Oração

Senhor Jesus Cristo, na hora de Vossa morte, o sol escureceu. Sois pregado na cruz sem cessar. Precisamente nesta hora da história, vivemos na escuridão de Deus. Pelo sofrimento sem medida e pela maldade dos homens, o rosto de Deus, Vosso rosto, aparece obscurecido, irreconhecível. Mas foi precisamente na cruz que Vos fizestes reconhecer. Precisamente enquanto sois Aquele que sofre e que ama, sois Aquele que é elevado. Foi precisamente lá que triunfastes. Ajudai-nos, nesta hora de escuridão e confusão, a reconhecer Vosso rosto. Ajudai-nos a crer em Vós e a seguir-Vos precisamente na hora da escuridão e da privação. Mostrai-Vos novamente ao mundo nesta hora. Fazei com que Vossa salvação se manifeste. Pai nosso...


Décima terceira estação: Jesus morre na cruz

Do evangelho segundo São Mateus 27,54-55:


“O centurião e os que estavam com ele de guarda a Jesus, ao verem o tremor de terra e o que acontecia, ficaram aterrados e disseram: ‘Ele era, na verdade, Filho de Deus’. Estavam ali, a observar de longe, muitas mulheres, que tinham seguido Jesus desde a Galiléia, para O servirem.”


Meditação

Jesus morreu, seu coração é trespassado pela lança do soldado romano e dele brotam sangue e água: misteriosa imagem do rio dos sacramentos, do Batismo e da Eucaristia, dos quais, em virtude do coração trespassado do Senhor, renasce incessantemente a Igreja. E não Lhe são quebradas as pernas, como aos outros dois crucificados; desse modo Ele aparece como o verdadeiro cordeiro pascal, ao qual nenhum osso deve ser quebrado (Ex 12,46). E, agora que tudo suportou, vemos que Ele, apesar de toda a confusão dos corações, apesar do poder do ódio e da covardia, não ficou sozinho. Os fiéis existem. Junto da cruz, estavam Maria, sua Mãe; a irmã de sua Mãe, Maria; Maria de Magdala e o discípulo que Ele amava. Agora chega também um homem rico, José de Arimatéia: o rico encontra o modo de passar pelo buraco de uma agulha, porque Deus lhe dá a graça. Sepulta Jesus em seu túmulo ainda intacto, num jardim: o cemitério onde jaz o corpo de Jesus transforma-se em jardim – no jardim donde fora expulso Adão quando se separara da plenitude da vida, de seu Criador. O túmulo no jardim nos faz saber que o domínio da morte está para terminar. E chega também um membro do Sinédrio, Nicodemos, a quem Jesus tinha anunciado o mistério do renascimento pela água e pelo Espírito. Até mesmo no Sinédrio, que tinha decidido pela crucificação de Cristo, há alguém que acredita, que conhece e reconhece Jesus após Sua morte. Sobre a hora do grande luto, da grande escuridão e do desespero, aparece misteriosamente a luz da esperança. O Deus escondido permanece em qualquer circunstância o Deus vivo e próximo. O Senhor morto permanece em qualquer circunstância o Senhor e nosso Salvador, mesmo na noite da morte. A Igreja de Jesus Cristo, Sua nova família, começa a se formar.


Oração

Senhor, Vós descestes à escuridão da morte. Mas Vosso corpo é recolhido por mãos bondosas e envolvido num cândido lençol (Mt 27,59). A fé não está completamente morta, não se pôs totalmente o sol. Quantas vezes parece que Vós estais dormindo. Como é fácil a nós, homens, afastar-nos dizendo para nós mesmos: Deus morreu. Fazei com que, na hora da escuridão, reconheçamos que em qualquer circunstância Vós estais lá. Não nos deixeis sozinhos quando tendemos a desanimar. Ajudai-nos a não Vos deixar sozinho. Dai-nos uma fidelidade que resista no desânimo e um amor que Vos acolha no momento mais extremo de Vossa necessidade, como Vossa Mãe, que Vos abraçou de novo em seu regaço. Ajudai-nos, ajudai os pobres e os ricos, os simples e os sábios, a ver através dos medos e preconceitos e a oferecer-Vos nossa capacidade, nosso coração, nosso tempo, preparando assim o jardim no qual possa dar-se a ressurreição. Pai nosso...


Décima quarta estação: Jesus é depositado no sepulcro

Do evangelho segundo São Mateus 27,59-61:


“José pegou no corpo de Jesus, envolveu-o num lençol limpo e depositou-o no seu túmulo novo, que tinha mandado escavar na rocha. Depois, rolou uma grande pedra para a porta do túmulo e retirou-se. Entretanto, estavam ali Maria de Magdala e a outra Maria, sentadas em frente do sepulcro.”


Meditação

Jesus, depois de ter sido desonrado e ultrajado, é deposto com todas as honras num túmulo novo. Nicodemos traz uma mistura de mirra e aloés de cem libras destinada a emanar um perfume precioso. Agora na oferta do Filho revela-se, como sucedera já na unção de Betânia, um excesso que nos recorda o amor generoso de Deus, a “superabundância” de Seu amor. Deus faz generosamente oferta de Si próprio. Se a medida de Deus é superabundante, também para nós nada deveria ser demasiado para Deus. Foi o que o próprio Jesus nos ensinou no Sermão da Montanha (Mt 5,20). Mas é preciso lembrar também as palavras de São Paulo: Deus “por nosso meio faz sentir em todos os lugares o perfume de seu conhecimento. Somos, para Deus, o bom odor de Cristo” (2Cor 2,14-15). Na putrefação das ideologias, nossa fé deveria ser de novo o perfume que reconduz às pegadas da vida. No momento da deposição, começa a realizar-se a palavra de Jesus: “Em verdade, em verdade vos digo: Se o grão de trigo, caindo na terra, não morrer, fica ele só; mas, se morrer, dá muito fruto” (Jo 12,24). Jesus é o grão de trigo que morre. Do grão de trigo morto começa a grande multiplicação do pão que dura até o fim do mundo. Ele é o pão de vida capaz de saciar em medida superabundante a humanidade inteira e dar-lhe o alimento vital: o Verbo eterno de Deus, que Se fez carne e também pão, para nós, através da cruz e da ressurreição. Sobre a sepultura de Jesus resplandece o mistério da Eucaristia.


Oração

Senhor Jesus Cristo, na sepultura fizestes Vossa a morte do grão de trigo, Vos tornastes o grão de trigo morto que produz fruto ao longo de todos os tempos até a eternidade. Do sepulcro brilha em cada tempo a promessa do grão de trigo, do qual provém o verdadeiro maná, o pão de vida em que Vós Vos ofereceis a nós. A Palavra eterna, através da encarnação e da morte, tornou-se a Palavra próxima: Vós Vos colocais em nossas mãos e nossos corações para que a Vossa Palavra cresça em nós e produza fruto. Dais-Vos a Vós através da morte do grão de trigo, para que nós tenhamos a coragem de perder nossa vida para encontrá-la; para que também nós nos fiemos da promessa do grão de trigo. Ajudai-nos a amar cada vez mais Vosso mistério eucarístico e a venerá-lo – a viver verdadeiramente de Vós, Pão do Céu. Ajudai-nos a nos tornar Vosso “odor”, a tornar palpáveis os vestígios de Vossa vida neste mundo. Do mesmo modo que o grão de trigo se eleva da terra como caule e espiga, assim também Vós não podeis ficar no sepulcro: o sepulcro está vazio porque Ele – o Pai – não Vos “abandonou na habitação dos mortos nem permitiu que a Vossa carne conhecesse a decomposição” (cf. At 2,31; Sl 16,10). Não, Vós não experimentastes a corrupção. Ressuscitastes e destes espaço à carne transformada no coração de Deus. Fazei com que possamos nos alegrar com essa esperança e possamos levá-la jubilosamente pelo mundo; fazei com que nos tornemos testemunhas de Vossa ressurreição. Pai nosso....




                                 RESSUREIÇÃO DE JESUS